28 de ago. de 2015

CURIOSIDADE
A ORIGEM DAS EXPRESSÕES (PARTE II)







A língua portuguesa possui inúmeras expressões e todas elas bastante difundidas. Muitas permanecem imutáveis ao longo dos anos, desenvolvendo um forte papel cultural em nosso idioma. Suas origens geralmente são fundamentadas na cultura popular, mas também recebem influências mitológicas, religiosas e históricas, entre outras. Abaixo, algumas dessas expressões e suas origens:





SANTO DO PAU OCO - Utilizada para designar hipocrisia, essa expressão surgiu provavelmente entre os séculos XVII e XVIII, durante o período colonial, auge da mineração no Brasil. Para driblar a cobrança do “quinto”, o imposto de vinte por cento que a Coroa Portuguesa cobrava sobre todos os metais preciosos garimpados, santos em madeira oca eram esculpidos e, posteriormente, recheados com ouro em pó e outras preciosidades. Assim, era possível passar pelos postos de fiscalização sem prestar contas às Casas de Fundição, encarregadas de arrecadar os tributos sobre a mineração.






QUINTO DOS INFERNOS – usada quando se quer mandar alguém para longe ou se referir a um lugar distante, a expressão “quinto dos infernos” começou a ser utilizada em Portugal em meados do século XVIII e sua origem provem das “naus dos quintos”, embarcações que transportavam o “quinto” – imposto cobrado no Brasil sobre os metais preciosos, principalmente o ouro – para Portugal. Nessas mesmas naus eram enviados para o Brasil os degradados das terras lusitanas. Portugueses menos esclarecidos acreditavam que “quinto” se tratava do nome dado às terras longínquas descobertas (o Brasil) e se referiam aos que partiam dizendo que estavam indo para o quinto dos infernos.  





GUARDAR A SETE CHAVES – em Portugal, no século XIII, objetos valiosos e documentos importantes eram guardados em baús que continham quatro fechaduras e cada chave competia a um alto funcionário do reino, às vezes o próprio rei. Para abrir tais baús era necessária a presença dos quatro claviculários (do latim clavus, chave). Com o passar dos tempos, o número sete foi incorporado à expressão, segundo historiadores, por conta de seu valor místico. Hoje a expressão denota algo que deve ser muito bem guardado.





MOTORISTA BARBEIRO – esta expressão é tipicamente brasileira, mas sua inspiração veio do fato de ser natural em Portugal, até o início do século XIX, os barbeiros realizarem pequenos serviços médicos e odontológicos. Obviamente, eram comuns dentes mal arrancados ou cirurgias mal feitas. A partir daí, passaram a associar profissionais ruins à “coisa de barbeiro”.





ANDAR À TOA – Toa (do inglês tow = reboque) é a corda com que uma embarcação reboca outra. Um navio que está “à toa” está simplesmente sem leme, indo na direção que o rebocador determinar. O significado da expressão, por consequência, é andar sem destino, despreocupado ou desocupado ou passando o tempo. Também pode ser associado a uma pessoa sem determinação. Desde o século XVII, tal expressão já vem sendo utilizada em Portugal.




Marcelo

25 de ago. de 2015


HAPPY BIRTHDAY, GENE SIMMONS!

 

 


 

Marcelo

HAPPY BIRTHDAY, ROB HALFORD – THE METAL GOD!

 
 

 

Marcelo

IMAGENS EM DESTAQUE
  
 

 
 
 
25/08: Imagens divulgadas pelo grupo extremista Estado Islâmico mostram a destruição do templo de Baal Shamin, na cidade de Palmira, Síria. Nas imagens, além do momento da explosão, é possível ver militantes do grupo preparando explosivos dentro do templo. Baal Shamin, datado dos primeiros séculos da era cristã, era um dos símbolos arquitetônicos de Palmira. Com traços egípcios adquiridos após uma reforma em 258 d.C., era uma das ruínas mais visitadas na Síria antes do período de guerra civil. A Unesco, que havia declarado Baal Shamin Patrimônio Mundial da Humanidade, classificou a ação como crime de guerra. Foi a primeira vez que os extremistas destruíram um templo da era romana.
 
 
 
 
Foto divulgada pelo EI mostra os extremistas preparando os explosivos


Ruínas após o ataque

 
 
 
Abaixo, algumas imagens do local antes do ataque sofrido:
 
 
 




 
 
 
 
Marcelo

24 de ago. de 2015

BECO DA HISTÓRIA
A ESTAÇÃO ESPACIAL SKYLAB





Em 1973, a NASA colocou em órbita a estação espacial Skylab, o maior objeto enviado ao espaço pelo homem até então. O projeto previa grandes avanços científicos, principalmente nas áreas da sobrevivência humana no espaço e do estudo aprofundado sobre nossa estrela maior – o Sol. A estação media 36 metros de comprimento, mais de 6 metros de diâmetro e pesava 91 toneladas. Três anos depois o projeto fracassou e em 1979, a Skylab despedaçou-se ao entrar novamente na atmosfera terrestre.
 




Os problemas tiveram início logo no lançamento, quando vibrações não previstas pelos engenheiros provocaram a perda de um dos painéis solares e do escudo que a protegeria contra eventuais impactos de meteoritos. Se não bastasse, o painel perdido danificou o restante, impedindo sua plena abertura e funcionamento durante o período em que permaneceu em órbita. A solução encontrada pela NASA foi reposicionar remotamente a Skylab, buscando um melhor aproveitamento da energia solar. O efeito de tal manobra foi sentido pelos primeiros tripulantes da estação, já que houve um superaquecimento das instalações, ultrapassando os 52 graus, o que obrigou os cientistas há passarem mais tempo buscando soluções e efetuando consertos do que propriamente realizado suas pesquisas. Outras duas missões mal sucedidas foram o suficiente para que a Skylab fosse abandonada em órbita, a aproximadamente 450 quilômetros de altitude, permanecendo no espaço até 1979, ano de sua queda.


 

O esquema acima mostra a estação com os dois painéis solares

Interior da estação



Naquela época, a realidade do mundo não se comparava em nada aos dias atuais, a falta de informações mais precisas por parte de governantes e autoridades e a quase total ignorância relativa a assuntos que envolvessem o tema fizeram com que a notícia da queda da Skylab tomasse proporções consideráveis, principalmente depois de serem divulgadas as probabilidades de seus destroços atingirem cidades (chance de uma em sete) e pessoas (uma em  pouco mais de cento e cinquenta). Muitos passaram a temer que os restos da estação proporcionassem uma catástrofe sem precedentes, alguns chegando, inclusive, a acreditarem na extinção da raça humana. Finalmente, em 11 de julho de 1979, a Skylab desmanchou-se na atmosfera e seus destroços caíram sobre o oceano Índico e áreas desabitadas da Austrália. O pesadelo chegava ao fim!


 


A estação fotografada no espaço

 



Como saldo, ficou constatado que mais de 60% das experiências que seriam feitas na Skylab não se realizaram, contudo, cerca de 300 experimentos foram bem sucedidos em aproximadamente 2.000 horas de trabalho. Foram registradas mais de 120 mil imagens do Sol e mais de 40 mil da Terra, além de uma extensa produção de filmes. A Skylab orbitou a Terra 2.476 vezes nos 171 dias em que esteve em missão e mesmo não atingindo plenamente os objetivos traçados, de forma quase folclórica, entrou para a história.

 


Esperance Municipal Museum, na Austrália

Acima e abaixo partes da Skylab que caíram na Austrália





Abaixo, um trecho do bem-humorado texto “A Noite do Skylab”, do escritor Tarcísio Pereira, que pode ser lido na íntegra no link: 


“...Lá vinha o Skylab descendo, numa velocidade de milhões de anos-luz. Eu não tinha ideia do que significava “milhões de anos-luz”, mas todos diziam isto e eu só imaginava uma enorme velocidade. Meu pai morava em São Paulo naquele tempo, o que me deixava ainda mais preocupado:
– Será que o Skylab vai destruir São Paulo?
– Claro que vai, não escapa nada. Mas ouvi dizer que vai começar pelo Rio de Janeiro.
Cedo, à noitinha, todas as igrejas rezaram missas, um padre convocado para cada capela, e o povo rezando de mãos dadas, pedindo para o mundo não se acabar ou, então, no caso de se acabar mesmo, que fossem todos para o céu. Na Rua João Pessoa, por volta das 10 horas, outra corrente se fez, e uma vizinha gritou assim:
– Eu vou para casa e me esconder debaixo da saia de Santo Antônio...”
 

Marcelo
CARTUNS, CHARGES & AFINS










Marcelo

17 de ago. de 2015


ÁREA 51

A PEDRA DE ROSWELL

 

 
 

 

Em setembro de 2004, a cerca de 25 quilômetros do local onde supostamente teria acontecido a queda de um OVNI em 1947, nos arredores de Roswell, Novo México, o morador local Robert Ridge encontrou um objeto incomum enquanto caçava cervos em Cedar Hill. Tratava-se de uma pedra com propriedades magnéticas incomuns, com marcas que lembram as fases da Lua. O objeto avermelhado pesa aproximadamente 40 gramas, mede cerca de cinco centímetros e seu magnetismo é capaz de girar o ponteiro de uma bússola há metros de distância. O desenho é feito em alto relevo de uma forma que especialistas afirmam ser extremamente difícil de realizar sem equipamentos apropriados. Outro detalhe incomum é o fato de que a mesma imagem que aparece na pedra já tinha sido vista em uma plantação na Inglaterra, próxima à também mística Stonehenge, Reino Unido, só que em 1996. Estudos feitos no artefato são inconclusivos.

 

 
A mesma imagem pode ser vista na Pedra de Roswell e no agroglifo encontrado próximo à Stonehenge
 

 


Marcelo

16 de ago. de 2015


HOMENAGEM
 
 
 

   
 
 
Hoje, 16 de agosto, um dos maiores expoentes do rock nacional completa 64 anos de existência – Marcelo Nova. Sua trajetória dentro da música fala por si só e sua postura, honestidade artística e inteligência, sem a menor sombra de dúvida, o destaca não só dentro da sua geração, mas também nas subsequentes. Vida longa!
 
 
 
Marcelo

GALERIA DAS ARTES

L’ASSOMPTION DE LA VIERGE

 

 

 

 

A Assunção da Virgem Maria é um dogma da Igreja Católica Romana, da Igreja Ortodoxa e de partes do Anglicanismo, que trata da assunção do corpo da Virgem Maria ao Céu após o fim de sua vida terrestre, comemorada, solenemente, todo dia 16 de agosto. A obra acima, “L’Assomption de la Vierge”, foi concebida por Peter Paul Rubens em 1626, mede 4,9 m x 3,2 m e se encontra na Catedral de Nossa Senhora, localizada na cidade de Antuérpia, na Bélgica.

 

 
Marcelo

8 de ago. de 2015

ESPECIAL 30 ANOS – LEGIÃO URBANA, MUDANÇA DE COMPORTAMENTO E OUTROS DISCOS


Legião Urbana - Legião Urbana








É inegável a marca que a explosão de artistas ocorrida nos anos 80 deixou na música popular brasileira, principalmente dentro do rock nacional. Por mais que contestadores xiitas afirmem e reafirmem que nada mais forjaram do que beber na fonte de bandas como The Clash, The Doors, The Smiths, Sex Pistols, The Jam, Talking Headas, The Who, U2, The Ramones e tantos outros monstros sagrados, impossível negar que o fizeram com muita competência e porque não, certa originalidade. E dentre tantos excelentes trabalhos lançados naquela década, um em especial merece destaque: “Legião Urbana”, de 1985, que em 2015 completa 30 anos. O primeiro disco homônimo da banda formada por Renato Russo, Marcelo Bonfá, Dado Villa-Lobos e Renato Rocha, naturalmente se tornou um dos mais importantes não só para seus contemporâneos, mas também para as gerações seguintes. É fato de que não se tratava de um quarteto de músicos excepcionais, mas nascia ali a trajetória de um grupo elevado por seu público ao status de uma espécie de mito, principalmente pelo discurso ora contestador ora romântico ora ácido ora melancólico, mas sempre muito realista de Renato Russo. Não se tratava dos primeiros passos de Renato na música, ele já o fazia desde o final dos anos 70 e já era bastante conhecido na cena brasiliense, contudo foi através de “Legião Urbana” que suas canções começaram definitivamente a ganhar o território nacional, mesmo não sendo este o maior sucesso comercial da banda. É fácil afirmar que o disco traz um repertório clássico, nele estão faixas como “Será”, “Geração Coca-Cola”, “Ainda é Cedo”, “Soldados”, “Teorema” e “Por Enquanto”, faixas estas que acompanharam a banda na maioria de suas apresentações ao longo de sua curta carreira (pouco mais de uma década). Novos discos vieram, sucessos maiores foram alcançados, mas a primeira boa impressão que “Legião Urbana” deixou não poderá ser esquecida, até mesmo por aqueles que nestas três décadas insistem em diminuir a grandeza dos legionários.


No ano de 1985, outros trabalhos históricos também chegaram ao mercado:


Ira! – Mudança de Comportamento








Disco de estreia da banda paulistana Ira!, inicialmente cultuada no underground e que se tornaria uma das mais importantes, expressivas e longínquas de sua geração. O grupo claramente abordou referências da cena pós-punk, particularmente da vertente mod, que tinha como base bandas como The Who, The Kinks ou The Jam, numa linguagem musical coesa e vigorosa aliada a poesias juvenis simples e diretas. Nesse trabalho inaugural, apresentam, entre outras, canções como “Núcleo Base”, “Tolices”, “Longe de Tudo” e “Mudança de Comportamento”, interpretadas na voz potente do vocalista Marcos Nasi Valadão acompanhado do talento musical diferenciado do guitarrista Edgard Scandurra. Mesmo não alcançando a repercussão de seu sucessor, “Mudança de Comportamento” prova ser um trabalho atemporal, estabelecendo conexões não só com o cenário da época, mas também com referências de décadas passadas.



Metrô – Olhar







O Metrô alcançou o sucesso radiofônico com a música “Beat Acelerado” em 1984, o que lhes rendeu o disco de estreia em 1985. Mais três sucessos de rádio foram conquistados: “Johnny Love”, “Ti ti ti” e “Tudo Pode Mudar”. Pouco tempo depois, brigas e desentendimentos puseram fim a curta história dessa banda que tinha como mote a new wave, um dos principais estilos musicais do período.



Kid Abelha e os Abóboras Selvagens – Educação Sentimental







Segundo disco do Kid Abelha, “Educação Sentimental” está um passo a frente de seu antecessor, demonstra uma banda em pleno amadurecimento e traz canções de valor na carreira do grupo, como “Lágrimas e Chuva”, “Educação Sentimental”, “Garotos” e “A Fórmula do Amor”, todas grandes sucessos. É o último álbum que conta com a participação do baixista Leoni, até então principal letrista ao lado da vocalista Paula Toller. Outro exemplo de longevidade dentre tantos grupos que surgiram na mesma época, o Kid Abelha, hoje sem Os Abóboras Selvagens no nome, segue trilhando seu caminho bem estruturado dentro do pop rock nacional.



RPM – Revoluções por Minuto







Um dos campeões de vendagens de 1985, o RPM surgiu com seu álbum “Revoluções por Minuto” e ultrapassou a marca de 300 mil cópias vendidas, algo estrondoso para a época. Recheado de hits como “Olhar 43”, “Louras Geladas”, “Rádio Pirata” e “A Cruz e a Espada”, “Liberdade/Guerra Fria”, “Juvenília” e “Revoluções por Minuto”, começava ali a montanha russa em que se tornaria a carreira de Paulo Ricardo, Luiz Schiavon, Fernando Deluqui e Paulo Pagni, mas que os afirmaria como um dos maiores fenômenos de nossa música, proporcionando momentos de verdadeira histeria e fanatismo por parte do seu público, algo que levou muitos a associá-los à explosão da Beatlemania. Elementos de pop, rock, eletrônico e progressivo deram o tom para este disco. Certamente um clássico do rock nacional.



Ultraje a Rigor – Nós Vamos Invadir Sua Praia







Com “Nós Vamos Invadir Sua Praia” o Ultraje a Rigor alçou voos poucas vezes vistos dentro do rock tupiniquim: sucesso de venda, de público, radiofônico e de crítica. Impossível quem viveu a segunda metade dos anos 80 não conhecer várias das suas músicas, já que pelo menos nove das onze faixas emplacaram em todas as formas de mídia existentes na época. Alguns exemplos? “Ciúme”, “Rebelde Sem Causa”, “Mim Quer Tocar”, “Eu Me Amo”, “Inútil”, “Nós Vamos Invadir Sua Praia” e “Marylou”. O Ultraje ainda se manteria em evidência por pelos menos mais dois lançamentos, mas o efeito meteórico de “Nós Vamos Invadir Sua Praia” jamais se repetiria. Roger Moreira, vocalista, guitarrista e principal compositor é o único remanescente da formação original do grupo que conquistou os ouvintes com muita irreverência e bom humor, mas também com boas e inteligentes doses de crítica social.



Plebe Rude – O Concreto Já Rachou







O cartão de visitas da Plebe Rude, na época batizado de mini LP por conter menos músicas do que um disco convencional mostrou bem a que veio a banda: letras fortes e inspiradas, arranjos e melodias marcantes em um dos mais consistentes lançamentos realizados no longínquo ano de 1985. As influências e referências do grupo ficam claras logo nos primeiros acordes – o punk rock. Apesar do sucesso da estreia (200 mil cópias vendidas), os integrantes da Plebe Rude praticamente não abriram concessões para alcançar o estrelato, mantendo a postura contestadora que sempre permeou seus trabalhos. Entre idas e vindas e mudanças de seus membros, a banda continua na ativa produzindo música de qualidade mesmo não repetindo a força que canções como “Até Quando Esperar”, “Brasília”, “Johnny Vai a Guerra”, “Minha Renda” e “Proteção” continuam a demonstrar até os dias atuais.



Titãs – Televisão







De acordo com resenhas especializadas, em seu segundo trabalho os Titãs buscaram desenvolver a ideia de que cada canção do álbum “Televisão” funcionasse como uma espécie de canal, o que, também segundo resenhas, provocou falta de unidade entre as músicas. O ano de 1985 não foi dos melhores para a banda: desentendimentos com o produtor Lulu Santos, a prisão de Arnaldo Antunes e Tony Bellotto por porte ilegal de entorpecentes e ainda a concorrência de outros grandes lançamentos fizeram com que “Televisão” não figure entre os maiores sucessos do conjunto. Nele, Charles Gavin estreia como baterista e estão as faixas “Insensível”, “Dona Nenê” e “Massacre”, talvez seus maiores destaques.



Cazuza – Exagerado







Mesmo estando em plena ascensão com o Barão Vermelho após o lançamento de ”Maior Abandonado” e das apresentações antológicas no primeiro Rock In Rio, o irrequieto Cazuza resolveu se separar de seus companheiros e partir para carreira solo. E como primeiro lançamento nos brindou com “Exagerado”, disco que apresentava para o grande público suas composições e algumas outras herdadas da separação de seu antigo grupo. Cazuza é considerado, e de forma justa, um dos maiores representantes de sua geração, um poeta vezes marginal, vezes boêmio e outras tantas romântico, mesmo que à sua moda. Em “Exagerado” estão canções como a própria faixa título (que alcançou relevante destaque) e ainda “Medieval II”, “Mal Nenhum”, “Boa Vida” e “Só as Mães São Felizes”. Não foi o maior sucesso comercial de sua curta carreira, mas certamente imprescindível dentro da história desse artista genial que deixou a vida cedo demais.



Zero – Passos no Escuro







A carreira do Zero também é marcada por idas e vindas e certamente por este motivo não se firmaram como uma das grandes bandas da década de 80. Contudo, o mini LP “Passos No Escuro” deixou sua marca devido principalmente ao sucesso de duas de suas faixas: “Agora Eu Sei”, dueto com Paulo Ricardo do RPM e “Formosa”. Enquanto na ativa, o grupo trilhou um caminho baseado em new romantic ou new wave, utilizando instrumentos como teclados, sintetizadores e bateria eletrônica somados à potente voz de Guilherme Isnard e a composições de um nível muito bom. A última reunião do grupo se deu em 2007.



Garotos Podres – Mais Podres do que Nunca







Surgidos no início da década na cidade de Mauá, os Garotos Podres lançaram em 1985 seu primeiro disco, gravado e mixado em menos de 20 horas e produzido por Redson, um dos ícones do movimento punk paulistano. Em “Mais Podres do que Nunca” nada mais existe do que o estilo punk e o oi! em seus estados seminais – letras de protesto somadas a arranjos e melodias no estilo ‘faça você mesmo’. Apesar de ser direcionado para um público restrito, “Mais Podres do que Nunca” chegou a vender mais de 50 mil cópias na época, um verdadeiro recorde no cenário independente, o que levou algumas de suas faixas a serem executadas na programação normal das pouquíssimas rádios que apoiavam o rock nacional. Neste disco antológico estão, entre outras, as faixas “Papai Noel Velho Batuta”, “Johnny”, “Anarkia Oi!” e “Eu Não Sei o que Quero”.



Tokyo – Humanos





Com a mistura de um chamado techno-punk, new wave e pop rock, a banda Tokyo, liderada pelo vocalista Supla apareceu para o cenário nacional com a música “Garota de Berlim”, que contava com a participação especial de Nina Hagen nos vocais. Também completando seu trigésimo aniversário, o disco “Humanos” é mais um exemplo dos bons frutos que os anos 80 renderam para o nosso rock, mais um exemplo da efervescência cultural vivida naquele período. Mesmo sendo contemporâneo de trabalhos do quilate de “Legião Urbana”, “Mudança de Comportamento”, “Nós Vamos Invadir Sua Praia” e “Revoluções por Minuto”, “Humanos” se mostrou bastante competente e consistente. Há nele músicas muito boas, casos de, por exemplo, “Eu Sou Triste”, “Intenções”, “Humanos” e “Roupa X”. Apesar de não ter sobrevivido ao tempo, o Tokyo deixou para a história um disco de boa qualidade.



Marcelo 

6 de ago. de 2015


UM POUCO MAIS DE MÚSICA

CAPAS CLÁSSICAS: OS LOCAIS ONDE FORAM PRODUZIDAS

 

Utilizando o Google Street View, são bastante difundidas na Internet imagens atuais dos locais que serviram como cenário para a criação de capas clássicas do mundo do rock. Abaixo, algumas delas. Clique na imagem para ampliar:

 

 










 

 

Marcelo